De pé: Puskas, Djalma Santos, Pluskal, Yashin, Popluhar,
Schnellinger, Soskic, Masopust, Eyzaguirre, Baxter (atrás de Eyzaguirre) e Seeler.
Agachados: Kopa, Law, Di Stéfano, Eusébio e Gento.
No dia 26 de outubro de 1863, em uma taberna de
Londres, Ebenezer Cobb Morley e membros de 12 clubes se reuniram para
criar a Football Association. A criação da entidade e a unificação das
regras em um único código de lei possibilitou a difusão do esporte. Por isso,
essa data é tratada como o ponto de partida para o futebol. E em 1963, a FA
decidiu fazer diversas ações para comemorar o centenário da modalidade.
E no dia 23 de outubro de 1963, o lendário estádio de Wembley recebeu a seleção inglesa e um selecionado da FIFA com as 16 maiores estrelas do futebol mundial da época. Nomes como Di Stéfano, Ferenc Puskas, Djalma Santos, Yashin, Masopust, Eusébio, entre outros, formaram a equipe que desafiaria o English Team. O comandante seria o chileno Fernando Riera, que foi o substituto do húngaro Béla Guttmann no Benfica bicampeão europeu. Garrincha e Nilton Santos também foram convidados, mas Garrincha estava lesionado e Nilton não foi liberado pelo Botafogo. Pelé, o Rei do Futebol, não participou devido a uma lesão causada pelo desgastante confronto com o Milan, pelo Mundial de Clubes daquele ano, disputado em 16 de outubro. Pelé também ficaria fora das outras duas partidas no Brasil, em novembro, em que o Santos conquistaria o bicampeonato mundial.
O guia da partida (publicação comum em estádios europeus),
previa: "100 anos se passaram. O futuro parece brilhante. O que irá nos
trazer? Provavelmente haverá uma liga europeia, e possivelmente, uma liga
mundial. Posso ver o tempo, talvez não tão distante, quando os principais clubes
da Europa terão seus próprios jatinhos para longas viagens e helicópteros para
os dérbis locais". O público de cerca de 100 mil pessoas ovacionou
a entrada dos atletas em campo. Daquele grupo de ingleses, sete seriam
convocados por Alf Ramsey para a Copa de 66, sediada na Inglaterra, e vencida
pelos anfitriões.
De pé: Terry Paine, Gordon Milne,
Smith, Banks, Bobby Charlton e Bobby Moore. Agachados: Jimmy Greaves, Eastham,
Armfield, Norman Hunter e Ray Wilson.
Com a bola rolando, as palmas eram praticamente incessantes,
e aumentavam a cada lance de ambos os times. A Inglaterra, obviamente mais
entrosada, conseguia levar mais perigo, mas Yashin fazia grande apresentação. O
único representante brasileiro em campo, o lateral Djalma Santos, teve trabalho
para segurar o jovem Bobby Charlton, do Manchester United. Do lado inglês, era
Armfield que fazia de tudo para segurar os avanços para a linha de fundo do espanhol
Gento. No time da FIFA, o destaque ficava para o trio Kopa, Di Stéfano e Gento,
que relembravam ao público suas grandes atuações com a camisa do Real Madrid,
contando ainda com a adição do português Eusébio. No intervalo, saíram Yashin,
Djalma Santos, Masopust e Eusébio para a entrada de Soskic, Eyzaguirre, Baxter
e Puskas.
Com 7 minutos, a Inglaterra marcou com Greaves, mas o juiz já
havia assinalado uma falta no inglês, para desespero da equipe da casa. Aos 15
minutos, o alemão Uwe Seeler foi improvisado na ponta no lugar do francês Kopa.
Aos 21, o English Team abriu o placar. Bobby Charlton levantou a bola na área,
a defesa do time da FIFA falhou ao tentar afastar a bola, e Paine
aproveitou.
Outro gol saiu apenas aos 37 minutos. O iugoslavo Soskic, que
havia substituído Yashin, sai jogando com Di Stéfano, que estava posicionando
antes da linha do meio de campo. O hispano-argentino avança pela direita e toca
para Puskás, relembrando a época que ambos eram os grandes craques do Real
Madrid. O húngaro domina e carrega a bola lentamente com o corpo virado para o
lado esquerdo, acompanhando a passagem de Dennis Law. Assim que o escocês se
aproxima da área, Puskás passa com sutileza. De frente para Banks, Law corre
para um lado e bate para o outro canto do gol, enganando o lendário goleiro
inglês.
Mas os ingleses precisavam mostrar mais para sua torcida. No
finzinho, aos 43, Bobby Charlton saiu do campo de defesa com liberdade para o
ataque. Ao chegar próximo da área, fez linda jogada individual e bateu forte de
direita. Soskic rebateu, e na sobra, Jimmy Greaves empurrou para a rede, dando
números finais ao duelo festivo.
Ficha
técnica:
Inglaterra 2x1 FIFA XI
Estádio de Wembley, 23/10/1963
Árbitro: Robert Holley Davidson (Escócia)
Público: 100.000
Gols: Paine (66'), Law (82') e Greaves (87')
Inglaterra 2x1 FIFA XI
Estádio de Wembley, 23/10/1963
Árbitro: Robert Holley Davidson (Escócia)
Público: 100.000
Gols: Paine (66'), Law (82') e Greaves (87')
Inglaterra: Banks,
Armfield, Wilson, Milne, Norman, Moore, Paine, Greaves, Smith, Eastham, B.
Charlton. T: Alf Ramsey.
FIFA
XI: Yashin (Soskic), Djalma Santos (Eyzaguirre), Schnellinger, Pluskal,
Popluhar, Masopust (Baxter), Kopa (Seeler), Law, Di Stefano, Eusébio (Puskas) e
Gento. T: Fernando Riera.
Confira os
gols da partida:
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Publicado originalmente em 13 de outubro de 2015 no blog Escrevendo Futebol.
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