Antônio
Dionísio Filho nasceu em 14 de abril de 1956, em Ribeirão Preto, interior de
São Paulo, onde o lateral-esquerdo iniciou a carreira no Botafogo local em
1970. Ficou no tricolor até 72, e se transferiu para o Guarani de Campinas
jogando até 75. No mesmo ano, teve curtas passagens por Itumbiara e Vila Nova.
Após essas andanças, Dionísio teve o momento de maior destaque na carreira. No
Atlético Mineiro, foi campeão estadual de 76 de maneira invicta, ao lado de
jogadores como Vantuir, Getúlio, Marcelo Oliveira, Toninho Cerezo e Paulo
Isidoro. Ele mesmo sempre costumou dizer que foi a melhor equipe em que jogou.
Depois
disso, passou pelo Internacional antes de se estabelecer em Curitiba, cidade
que escolheu para viver até seus últimos dias. No estado do Paraná, se tornou
ídolo rapidamente pela força e velocidade, e também pelas várias conquistas.
Passou pelo Trio de Ferro da capital (Atlético, Coritiba, e na época,
Pinheiros, a parte azul do atual Paraná Clube) e conquistou os títulos
paranaenses de 79 e 89 pelo Coritiba, e os de 84 e 87 pelo Pinheiros. Vestiu
também a camisa do Operário-MS e encerrou a carreira no Cascavel, inclusive,
sendo um dos jogadores do clube cascavelense na partida que teve como destaque o
primeiro gol da história do Paraná Clube.
Foi
eleito por diversas vezes durante os anos 80, o melhor lateral-esquerdo do
Campeonato Paranaense. O treinador Sergio Ramirez, que o treinou no Pinheiros,
resumia bem seu estilo de jogo: “Dionísio chega junto e não deixa nenhum
atacante sambar”. Além de bom na defesa, o Sangue Bom soube evoluir durante a
carreira e se transformou num grande criador de jogadas. Nos treinamentos,
executava mais de duzentos cruzamentos da lateral e cobranças de escanteio.
Bem-humorado, apelidava seus lançamentos de bumerangue.
A
partir de 1992, passou a atuar como comentarista esportivo e passou pelas
rádios Eldorado, Atalaia e Clube, e no momento, fazia parte da equipe da Rádio
Banda B. Na televisão, trabalhava no Donos da Bola PR, da Band, e no programa
É-Esporte Paraná, da TV Educativa. Comentou também para a RPC e para o
Premiere. Também se arriscou em funções nas comissões técnicas de Paraná Clube
e Comercial de Ribeirão Preto em meados dos anos 90.
Com
inteligência acima da média para os padrões boleiros, sabia bater quando achava
preciso. “Dirigente gosta de jogador que fala ‘nois fumo’ e ‘nóis vai’ “. Sempre
sorridente, não tinha pressa para lhe contar uma boa história e sempre tratou a
todos sem distinção. No dia 16 de fevereiro de 2015, após quase uma semana de
internação, faleceu aos 58 anos vítima de uma síndrome colestática decorrente
de uma lesão nas vias biliares. Deixou mulher e três filhos, mas também deixou
um legado de alegria e irreverência.
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Texto
publicado originalmente em 14 de março de 2015, no blog Escrevendo Futebol.
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